no alto da avenida
ele guarda a liberdade
é Tiradentes, sentinela
da nossa cidade
náufragos jardins
sobrevivem clandestinos
e os meninos correm soltos
com os pés da fome
e o horizonte que foi ontem
o mais belo que já vi
hoje chora de saudade do jardim
e o bonde já passou aqui
ligeiro que nem percebi
ninguém lhe mandou lembranças
dizem que morreu na solidão
na praça da estação
onde sempre é primavera
loucos cegos e amantes
fazem sua era
procure alguma coisa
que lhe conte uma história
não achará , mouça louca
perdeu a memória.