Letra Cidadão de Papelão

O cara que catava papelão pediu,
Um pingado quente, em maus lençóis, nem voz,
Nem terno, nem tampouco ternura.
À margem de toda rua, sem identificação, sei não.
Um homem de pedra, de pó, de pé no chão.
De pé na cova, sem vocação, sem convicção.
(refrão)
À margem de toda candura.
À margem de toda candura.
À margem de toda candura.
Um cara, um papo, um sopapo, um papelão.
Cria a dor, cria e atura.
Cria a dor, cria e atura.
Cria a dor, cria e atura.
Cria a dor, cria e atura.
O cara que catava papelão pediu,
Um pingado quente, em maus lençóis, à sós.
Nem farda, nem tampouco fartura.
Sem papel, sem assinatura,
Se reciclando vai, se vai.
(refrão)
À margem de toda candura.
À margem de toda candura.
À margem de toda candura.
Um homem de pedra, de pó, de pé no chão.
Não habita, se habitua.
Não habita, se habitua.
Não habita, se habitua.
Não habita, se habitua.