O cara que catava papelão pediu, Um pingado quente, em maus lençóis, nem voz, Nem terno, nem tampouco ternura. À margem de toda rua, sem identificação, sei não. Um homem de pedra, de pó, de pé no chão. De pé na cova, sem vocação, sem convicção. (refrão) À margem de toda candura. À margem de toda candura. À margem de toda candura. Um cara, um papo, um sopapo, um papelão. Cria a dor, cria e atura. Cria a dor, cria e atura. Cria a dor, cria e atura. Cria a dor, cria e atura. O cara que catava papelão pediu, Um pingado quente, em maus lençóis, à sós. Nem farda, nem tampouco fartura. Sem papel, sem assinatura, Se reciclando vai, se vai. (refrão) À margem de toda candura. À margem de toda candura. À margem de toda candura. Um homem de pedra, de pó, de pé no chão. Não habita, se habitua. Não habita, se habitua. Não habita, se habitua. Não habita, se habitua.