Eu sou potro queixo-duro mal costeado de mangueira
Matreirão, cheio de sestro, refugador de porteira
Sou meio cru e desconfiado, rudeza não me arrocina
Só por folia que monto e saio trançando crina
(E pra curar o bicharedo, laço e chincho no tronqueira
Uso um frasco de creolim no bocó das garroneiras
Eis, minha estampa baguala sou de brete e creolim
Se as moças refugam o cheiro foi Deus quem me fez assim)
Uso um maidana tapeado com barbicacho de lonca
Se largo a boca do mouro esbarro bem numa estronca
E quando espicho o pescoço na direção do varzedo
Me gusta ver um pealo forçando a ponta dos dedos