Letra de
Chamarra do Chapéu Torto

Levo uma fita vermelha
Na cabeçada do freio
Que é pra espantá o mau olhado
E me livrar de um tombo feio
Quem vive sobre os arreios
Entende bem do que eu falo
Que tendo fé e bom cavalo
Se "bandeia" arroio cheio.
Eu sou de fundo de campo
Minha garantia é minhas "garras",
E a santa que me protege
Na lida bruta e nas farras,
Quando pego na guitarra
Sou querência em melodia
E a raça das sesmarias
Que no improviso se agarra
Sou índio do chapéu torto
Lanhado a unha de gato
E se me faço de morto
É pra ganhar um vale-quatro
Nas esporas me relato
Fazendo um "tin-rin-tin-tin"
Quando digo "é bem assim",
É assim mesmo de fato!
O homem, quando valente,
Mostra no brilho do olho!
Quanto mais a chapa é quente
Daí que eu menos me encolho
E quando tranca o ferrolho
E a lamparina se apaga
Vou pra de traz da minha adaga
E boto tempero no molho.
Coisa que eu muito admiro,
Porem não se facilita,
China faceira e bonita,
Dessas que arrancam suspiro !
De um jeito ou d'outro me viro,
Se um "maula" roda na poeira
Tenho alma de fronteira
E é aí que eu me refiro !