Galopa meu cavalo, galopa meu cavalo
Depressa meu cavalo, preciso lá chegar
Já fazem muitos anos que deixei minha terra
E a saudade dela está a me matar
Não posso ficar distante das coisas do meu lugar
Aquele tempo ditoso, que ia colher pitanga
Brincava à beira da sanga e contemplava o luar
Que belo clarear dos dias, tudo pra mim era lindo
Adormecia sorrindo, por isso quero voltar
Não posso ficar distante das coisas do meu lugar
Quero sentir o aroma da flor que perfuma o ar
Na colina vou olhar para ver tanta beleza
Subir ao pé de pinheiro, que plantei quando criança
Saciar minha lembrança com a própria natureza
Não posso ficar distante das coisas do meu lugar
Pois só vive na cidade, aquele que nasceu nela
Lá na mata a vida é bela longe da poluição
Na tardinha eu ouvia, cantarolar de cigarra
Lá não existe algazarra, tô indo pro meu rincão