Há marcas gravadas nas cartas
Mofadas em velhas gavetas
Relatam as falhas da barba
Tratadas de longa cabeceira
Papéis envelhecem em linhas
Que tecem o sentido da tristeza
Traz gula ao gosto (esboço teu rosto)
No prato da mesa!
Traças contadas em cartas marcadas
Timbradas de afeto
Confessam lembranças em louca esperança
De um tolo decrepito
Discursos políticos iludem corações
Sem qualquer destreza
Enganam canções de amor
Embora o temor nasça à sutileza!
Há tantas cartas perdidas
Com feridas semiabertas
Confere o laudo da dor
Conforme for sair de férias
E sinto um castelo de cartas surgir
Definindo a matéria
Que brinda e consome o amor soberano
Sem dores ou tragédias