A caixa negra tem
Lá coisas que não revela, a ninguém
Não lembra ao diabo também
A caixa negra tem
Altura que não convém, a ninguém
Afetam e assustam também
E há quem lhe chame preta
Sem poemas na gaveta
Mais uns sons tipo trombeta
Há sempre uma bicicleta
Com motor é uma lambreta
Uma bala na caneta
A caixa negra nem
Tem cores que se distinguem muito bem
Nem respeito nem pudor
A caixa negra trás, trás
Revelações do além vai e vem, vai e vem, vai e vem
Quem levanta uma suspeita
Uma perna, ui, perfeita
Atmosfera rarefeita
Há sempre uma bicicleta lá
Motor é uma lambreta
Uma bala na corneta
Há mais uma bicicleta
Com motor é uma lambreta
Uma bala na caneta
Quem levanta uma suspeita não
Receia uma perna, uma perna tão perfeita
Lá vem um bicicleta
Com motor outra lambreta
Uma bala na careta
Caixa negra vem
Caixa negra vem