Olhei pro céu azul que eu não tinha notado
Por ser mais preocupado em olhar só pra mim.
As flores me saudaram sem pedir recompensa,
Mostrando ao meu orgulho o prazer de servir.
Ouvi o trino doce que agora é mais claro,
Não é mais abafado pelo som da minha voz,
Existe um paraíso vivo dentro de nós.
As flores, esta brisa, este sol radiante;
A noite aconchegante sob o manto estelar.
Beleza verdadeira faz o prazer constante,
Bem mais do que intenso, excitante e fugaz.
A brisa beija leve e tão gentil meus cabelos,
O som é quase um hino de esperança e de paz,
O ar que purifica intumesce meu peito;
Será que a gente vive como a vida precisa?
Será que a gente sabe realmente o valor?
Que nasce o proibido quando morre a medida.
O vício do exagero cria o peso da dor.
São tantas coisas belas que a gente desdenha,
Parece que o mundo quer amor pra comprar,
Lacrado, embalado e no verso a receita
De como ser amado se precisar amar.
Agora eu volto a casa em que minh'alma se encerra,
Mas levo desta terra tudo que eu nunca vi,
Talvez a nostalgia faça turvo o caminho,
Mas certo é meu destino, foi assim que escolhi.
O beijo desta brisa ainda sinto em meu rosto
Embora o pejo tosco não me deixe falar.
E enquanto a melodia se despede, eu sinto
Que tudo que acredito não consegue explicar o que eu senti.