Amor, não há amor
Existem só provas de amor
Mas, no amor, provas não bastam
Tudo mentira. Tudo cinema. Apenas cenas
Quando, em ledo engano me acenas
Regressando em algum trem
Ah! Essa história de amor
Porque uns barcos se afastam
E mil sereias cantam sem pudor
Oh! Que trágico destino
Preferir-se o assassino
Ao amante mais leal
E que os bandidos são úteis
E nós, os amantes, fúteis
Vulgaridade do mal
Amar agora é crime
Só a paixão nos redime
Da obsessão do sublime
Do ideal
Tudo romance, tudo poema apenas cenas
Fazer mal no amor é a gloria?
E o sofrer, da paz? A quem?
Ah! Essa história de dor
Buscar o amor sem vitória
Voltar feliz, sem memória
Ao paraíso terreal
Oh! Que trágico destino
Preferir-se o assassino
Ao amante mais leal
E que os bandidos são úteis
E nós, os amantes, fúteis
Vulgaridade do mal