Fiz um rancho na beira do rio
Meu amor foi comigo morar
E na rede nas noites de frio
Meu bem me abraçava pra me agasalhar
mas agora meu deus vou me embora
Vou-me embora e não sei se vou voltar
A saudade nas noites de frio
Em meu peito vazio virá se animar
A saudade mata a gente morena
A saudade é dor pungente, morena
A saudade mata a gente morena
A saudade é dor pungente
No rancho fundo / bem pra lá do fim do mundo
Onde a dor e a saudade/ contam coisas da cidade
No rancho fundo/ de olhar triste e profundo
Um moreno canta as mágoas
Tendo os olhos rasos d`água
Pobre moreno / que tarde no sereno
Espera a lua no terreiro/ tendo o cigarro por companheiro
Sem um aceno / ele pega da viola
E a lua por esmola / Vem pro quintal deste moreno
No rancho fundo / bem pra lá do fim do mundo
Nunca mais houve alegria/ nem de noite e nem de dia
Os arvoredos/ já não contam mais segredos
Que a última palmeira/ já morreu na cordilheira
Os passarinhos / internaram-se nos ninhos
De tão triste essa tristeza/ enche de treva a natureza
Tudo por que ? / só por causa do moreno
Que era grande, hoje é pequeno
Para uma casa de sapê