Letra de
A Hora do Sétimo Anjo

A pena antes tão firme, quedou-se, na folha branca
A mão que lhe sustentava estava agora tão fria
Final de vida com jeito de romance inacabado
Um solo de clarineta tomando a noite vazia
Se calam tantos fantoches quando o vento é rebeldia
O tempo mostrando as garras vem ceifar outra existência
A alma do escritor verte amor, se faz poesia
E a cruz que lhe acompanha é a cruz da sua Querência
Uma música ao longe ecoou na imensidão
Talvez seja essa passagem, mais um livro a começar
A vida pode ser poeira a escorrer por entre as mãos
Mas a alma nessa hora é raiz de cambará
Mas a alma nessa hora é raiz de cambará
O rumo da liberdade não tem caminhos cruzados
Os lírios não se desbotam quando a terra é sentimento
Mais um contador de história seguindo pra eternidade
Deixando suas pegadas pelo tempo e pelo vento
Então em vez da trombeta, tocou, o Sétimo Anjo,
Um solo de clarineta no seu tom de despedida
A voz de Deus sussurrando, aos poucos, foi lhe mostrando
Que os sonhos que plantamos são maiores que essa vida