Era uma vez um planeta mecânico,
Lógico, onde ninguém tinha dúvidas
Havia nome pra tudo e para tudo uma explicação
Até o pôr-do-sol, sobre o mar era um gráfico
Adivinhar o futuro não era coisa de mágico
Era um hábito burocrático, sempre igual
Explicar emoções não era coisa ridícula
Havia críticos e métodos práticos
Cá pra nós, tudo era muito chato
Era tudo tão sensato, difícil de aguentar
Todos nos sabíamos de cor
Como tudo começou e como iria terminar
Mas de uma hora pra outra,
Tudo o que era tão sólido desabou, no final de um século
Raios de sol na madrugada de um sábado radical
Radical, foi a pá de cal
Solo Bandolim
Não sei mais de onde foi que eu vim
Por que é que estou aqui, para onde devo ir
Cá pra nós, é bem melhor assim
Desconhecer o início e ignorar o fim