Letra de
A carta

Não falei contigo com medo que os montes e vales que me achas
Caíssem a teus pés
Acredito e entendo a estabilidade lógica de quem não quer explodir
Faça bem ao escudo que és
Saudade é o ar que vou sugando e aceitando como fruto de verão nos jardins
Do teu beijo
Mas sinto que sabes que sentes também que
Um dia maior serás trapézio sem rede
A pairar sobre o mundo , em tudo o que vejo
É que hoje acordei e lembrei-me que sou mago feiticeiro
Que a minha bola de cristal é folha de papel
Nela te pinto nua, nua numa chama minha e tua
Desconfio que ainda não reparaste que o teu destino foi inventado por gira
Discos estragados
Aos quais te vais moldando
E todo o teu planeamento estratégico de sincronização do coração são leis como
Paredes e tectos cujos vidros vais pisando
Anseio o dia em que acordares por cima de todos os teus números raízes quadradas
De somas subtraídas sempre com a mesma solução
(nhááá) Podias deixar de fazer da vida um ciclo vicioso, harmonioso do teu gesto mimado
E à palma da tua mão
É que hoje acordei e lembrei-me que sou mago feiticeiro
Que a minha bola de cristal é folha de papel
Nela te pinto nua, nua numa chama minha e tua
Numa chama minha e tua
Desculpa se te fiz fogo e noite sem pedir autorização por escrito ao sindicato
Dos deuses
Mas não fui eu que te escolhi
Desculpa se te usei como refúgio dos meus sentidos, pedaços de silêncios
Perdidos
Que voltei a encontrar em ti
É que hoje acordei e lembrei-me que sou mago feiticeiro
nela te pinto nua, nua! numa chama minha e tua
Numa chama minha e tua!
Numa chama minha e tua
Ainda magoas alguém o tiro passou-me ao lado ainda magoas alguém
Se não te deste a ninguém, magoas-te alguém a mim, passou-me ao lado
A mim passou-me ao lado