Tom: C
Introdução:
C G7
No varzedo do Manuã havia um potro aporreado
C
Um zaino negro tapado, Crioulo ali dos Helgueira
G7
Pois nunca foi na mangueira, já se criou aragano
C
Nos campos do Justimiano, na Invernada da Pedreira
G7
Não é que eu tivesse medo, mas convidei o pessoal
C
Hildebrando, índio bagual, da lida, conhecedor
G7
Que me emprestou um maneador bem comprido e sovado
C
Que amadrinhou num gateado de confiança e chegador
C G7
Pra trazer uma canha pura, eu pedi pro Marco Aurélio
C
Deitou a cerca do Menélio, ali onde cruza as ovelhas
G7
E saiu trocando orelha, meio a trote e a galope
C
E se foi lá no baixote, mandar lotar a boteja
C G7
Que eu ia pegar o tal zaino, era grande o comentário
C
Reuniu-se o vizindário numa tarde muito quente
G7
Sentado ali pela frente, tomando uma canha pura
C
C'o tirador na cintura e uma espora sete dente
C G7
Os ginete' da redondeza que souberam da pegada
C
Vieram pedir a bolada se acaso eu fosse pro chão
G7
Amigos do coração que não deixam pra despois
C
Chegou o Neto Pedebos de rédea e buçal na mão
G7
Eu disse: Deixa comigo que já tô c'o a mão na massa
C
O pessoal até achou graça sentado ali pelo chão
G7
Isto é um baita bobalhão, ele quer ser o que não é
C
Pois já se criou de a pé, só gineteia os tição
C G7
Mas eu até achei graça e disse pros gozador
C
Eu corto um corcoveador de espora, golpe e mangaço
G7
Quem duvida do que eu faço, não é que eu queira ser o tal
C
Que se vire num bagual que eu arranco o saco a laço
C G7
Num entreveiro de mango, espora, clina e cachorro
C
Não se via se era touro que ali vinha cachorreado
G7
E eu, pra trás, bem atirado, firmado só nas chilenas
C
E a tarde ficou pequena pra dar pau nesse aporreado