Tom: E
Introdução: C E7 F E7 Am
Am Dm
Uma lágrima encheu os rios da face
G E7 Am
Do bisavô, ao visitar o seu passado
Dm
Entre lembranças dissipadas pelo tempo
G E7 Am
Iguais retratos que envelhecem, desbotados
Dm
E na cacimba de água clara das retinas
Am
Se refletiu aquele tempo que se foi
G
Do povo índio defendendo a sua terra
F E7 Am G
Até os tropeiros das canções do êra boi
C
Falou de escravos derramando suor e sangue
E7
Cercas, mangueiras, levantando em pedras mouras
F
De mãos rurais antes de lanças e garruchas
E7 Am G
Pelos galpões, firmando o pulso nas tesouras
C
Cordas sovadas pelas mãos de homens campeiros
E7
Cimbrando golpes no sustento dos rituais
F
As nazarenas nos garrões dos domadores
E7 Am G
E as boleadeiras em mundéus para os baguais
C
E através do espelho da alma pude ver
E7
Que o ancestral e o campo sentem a mesma dor
F
Feito uma tropa que se vai, gastando léguas
E7 Am
Sem nem saber o que há no fim do corredor
Am Dm
Mirando largo o horizonte dos meus olhos
G E7 Am
Sentiu o campo, maltratado em sua essência
Dm
Falsos herdeiros reclamando a velha terra
G E7 Am
Sem nem notícias das origens ou querência
Dm
E viu que os homens continuam sendo escravos
Am
Que há fios de arame no lugar de pedras mouras
G
Que mãos ociosas erguem foices e bandeiras
F E7 Am G
Enquanto isso, enferrujam-se as tesouras
C
Viu os arreios encilhando cavaletes
E7
Sovéus e laços sem espaço pra os pealos
F
Que, sem garrões, as nazarenas silenciaram
E7 Am G
E as boleadeiras se esqueceram dos cavalos
C
E através do espelho d'alma, pode ver
E7
Que a tropa anda e mais comprido é o corredor
F
E, que o campo, embora guapo, se ressente
E7 Am E7
E, sem querer, segue sofrendo a mesma dor
Am
A mesma dor