Tom: A
Introdução:
Am
Os ovelheiros ficam cuidando os arreios,
Dm
Um guaxo pampa quer lamber as barrigueiras,
B7
Voam mutucas, pateiam pingos atados
Em
e um cardeal canta no alto das taquareiras.
Am
Nuvens de poeira se levantam céu adentro
Dm
Nascem do centro do chão duro da mangueira,
B7
Costeiam vacas berrando pelos terneiros
Em
E um joão barreiro proseia co'a companheira.
Am
Tinem arames, terneirada mal costeada
Dm
E a gauchada tira as botas, se arremanga
B7
Canha e pitanga são remédios numa guampa
Am
Essência pampa, gosto de mato e de sanga.
Am
Bota lhe fogo nessas marca Gratulino
Dm
Porque o Silvino Bololó ta de a cavalo
B7
O Mano Vaz estira o laço num moerão
Em
E o Borbinha toma um trago no gargalo.
Am
O seu Pituca espeta a carne pra'o assado
Dm
O Cipriano peala, capa e assinala
B7
Homens maduros sentados sobre os arreios
Em
E nesse meio o mate acompanha a fala.
Am
Que gente buena destes pagos de mi flor...
Dm
No tirador, capincho em couro sovado
B7
No lenço atado, bandeira pampa que esvoa
Em
Quando encordoa um terneiro pra um bolcado
Am
O Luiz Bacia pede cancha, armando o laço
Dm
E para o braço num tiro, longe, de atrás,
B7
Pealo de mestre quando a trança se termina
Em
E o tombo é sina que a natureza desfaz.
Am
O Diamantino raça de índio pampeano
Dm
Um soberano mesmo sem nada na vida
B7
Tropeiro andejo, obediente e servidor
Em
Do corredor, fez casa, rumo e partida.
Am
Eu fui guri que aprendeu a cucharrear
Dm
E derrubar na saída da porteira
B7
Fui mandalete de alcançar marca e serrote
Em
Carneá um munício e desmancha pras cuzinheira.
Am
Fui guitarreiro e toquei gaita nos galpões
Dm
E nos fogões alegrando a gauchada
B7
Andei por tudo pealando quando cresci
Em
"Dês que" saí dos pagos da Encruzilhada.