Tom: G
Introdução: G C9 Em7
G C9 Em7 D4
O homem já estava deitado, dentro da noite sem cor
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Ia adormecendo, e nisto à porta um golpe soou
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Não era pancada forte contudo, ele se assustou
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Pois nela qualquer coisa, de pressago adivinhou
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Levantou-se e junto à porta, quem bate? Perguntou
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Sou eu, lhe responde, a morte sou
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Um vulto que bem sabia, pela mente lhe passou
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Esqueleto armado de foice, que a mãe lhe um dia levou
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Guardou-se de abrir a porta
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Antes ao leito voltou, e nele os membros gelados
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Cobriu, hirto de pavor
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Mas a porta, manso, manso se foi abrindo
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E deixou ver, uma mulher ou anjo? Uma mulher ou anjo?
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Figura toda banhada de suave luz interior
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A luz de quem nesta vida, tudo viu, tudo perdoou
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Olhar inefável, como de quem ao peito o criou
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Sorriso igual ao da amada que amara com mais amor
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Tu és a Morte? E o Anjo torna
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A Morte sou, venho trazer-lhe descanso
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Do viver que te humilhou
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Imaginava-te feia, pensava em ti com terror
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A Morte sou, mestra que jamais engana
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E o Anjo foi-se aproximando, a fronte do homem tocou
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Com infinita doçura, as magras mãos lhe cerrou
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Era o carinho inefável de quem ao peito o criou
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Tu és a Morte? E o Anjo torna
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A Morte sou, venho trazer-lhe descanso
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Do viver que te humilhou
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Imaginava-te feia, pensava em ti com terror
G C9 Em7 D4 G C9 Em7 D4
A Morte sou, mestra que jamais engana
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Era a doçura da amada, que amara com mais amor
G C9 Em7 D4
Era a doçura da amada, que amara com mais amor
C9 Em7 D4