Tom: G
Introdução:
G
Sinhores dono da casa
o cantadô pede licença
C
prá puxá a viola rasa
G
aqui na vossa presença
C
venho da banda do Norte
Am
cum pirmissão da sentença
C
cumprino mia sina forte
m
Bm
ou os cutelo da morte
C
e das duas a prifirida
A7 E7
a qui mim mandá a sorte.
E7
Já qui nunciei quem sô
dêxo meu convite feito
A7 E7
nessa função de aligria
e prá qui todos me veja
A7 E7
pucho alto a cantoria
Bm
nessa viola de peleja
A7
qui quano num mata aleja
Bm E7
cantadô de arrilia
G
só na iscada dua igreja
labutei cua duza um dia
Bm
qui já me deu treis muié
Am
é a história dum cassote
cum cuati e cum saqué
A7
cuô pru cuati um café
C A7
iantes ofreceu um lote
C A7
num saco prá o saqué
C A7
o saqué secô o pote
C A7
dexô o cuati só cua fé
C A7
di qui dentro do tal pote
C A7
inda tinha algum café
C A7
e xispô sambano um xote
C A7
o inxavido do saqué
C A7
qui cuati quá qui cassote
C A7
boto o bicho e bato um bote
C E7
o qui é qui o saqué qué
G C
iantes porém aviso
A7
sô malvado num aliso
G
triste ô feliz é o cantadô
A7
queu apanhá prá dá o castigo
Bm C
apois quem canta cumigo
A7 Em
sai difunto ô sai dotô.
G DEm G DEm G DEm
Tropeiro (Elomar)
E7
Sinhô cantadô chegante
Me adisculpa o tratamento
A7 E7
Mêrmo aqui nesse momento
Tá um cantô sinificante
Bm
Nem de muito cunhicimento
E7
Mais prá titos e valintia
A7 E7
Só trais ua viola na mão
Falta o iluste cumpanhêro
A7
Marcá o lugá da prufia
E7 A7
Se lá fora no terrêro
E7
Ô aqui mêrmo no salão.
Cantador (Xangai)
G
Vamo logo mão a obra
C G
Dexa as bestage de lado
qui a lua já feiz manobra
C G
No seu campo alumiado
Vosmicê qui sois daqui
C G
Vai dexano ispilicado
As moda dos cantori
C G
Qui lhe é mais agradado
G7/D
Se vamo cantá o moirão
O martelo ô a tirana
C
Tô mais riuna qui a cobra
A7 Bm
Qui trais no rabo incravado
G
Um invenenado ferrão.
Tropeiro (Elomar)
E7 A7
Apois sim tá certo vamo
E7 Bm
Cantá qualqué canturia
Num me deito nem me
E7
Acamo
A7 E7
Prá arrotá sabiduria
A7
Vamo cantá meu amigo
Bm E7
As moda qui tô chegano
A7
Num corremo assim o pirigo
Bm E7
De tá sempre ispilicano
Bm
Prêsse povo qui eu digo
A7 E7
Inducado iscutano
Apois prá intendê parcela
A7
Martelo ô côco tirana
E7 C
Tem qui baté mil cancela
Bm E7
Na istrada dos disingano
A7
E ainda purriba tem
C A7 Em
Qui sabê sofrê e isperá
A7
Mêrmo sabeno qui num vem
C Bm
As coisa do seu sonhá
Na istrada dos disingano
C A7
Andei de noite e de dia
C A7
A pois sim tá certo vamo
Bm E7
Cantá qualqué canturia.
Cantador (Xangai)
E7
Na istrada dos disingano
Andei de noite e de dia
G
Aprendê o qui num sabia
Quando eu era moço um dia
A7
A aligria percurano
Curri doido atrais dela
G
Entrô ano saiu ano
C
Bati mais de mil cancela
Bm E7
Na istrada dos disingano
Cantador (Xangai)
E7
Todo cantadô errante
Trais nos peito ua marzela
G
Istrada e som de cancela
G C
Fonte qui ficô distante
A7 G
Qui matava a sêde dela
Bm
E o coração mais discrente
G E7
Dos amô da catinguêra
Bm
Ai o amô é ua serepente
A7 G
Esse bicho morde a gente
A7 G
Vamo pois cantá parcela
A7 E7 A7 E7 A7 E7
Daindá, daindá, daindá
Tropeiro (Elomar)
E7
Eu sô cantadô de côco
Eu num canto parcela
Bm
Parcela é feiticêra
A7
Eu corro as légua dela
E7
Ai, ai, ai, ai,
G G7/D
Chegano num lugá
A7
Adonde têja ela
C
Eu vô me adisculpano
G
E dano nas canela
A7 E7 A7 E7 A7 E7
Daindá, daindá, daindá
E7
Cunhici um cantadô
Distimido e valente
G
E zombava a fé dos crentes
G7/D
Mais um dia ele topô
Nos batente dua jinela
C7 Em
Com o bicho do amô
C A7 G
Mucama pomba e donzela
G7/D
E o cantadô aos poço
A7
Foi se paxonano pru ela
C Bm
Inté qui um dia ficô lôco
C A7
De tanto cantá parcela
C
E hoje véve pela istrada
A7 C
Rismungano qui a culpada
A7 E7
Foi a mucama da jinela
A7 E7 A7 E7 A7 E7
Daindá, daindá, daindá
E7
Eu sô cantadô de côco
Apois quem canta parcela
C
Corre um risco São Francisco
Bm E7
Morre doido cantano ela
A7 E7 A7 E7 A7 E7
Daindá, daindá, daindá
(Fragmentos do 5º canto: Das Violas da Morte,