Tom: E
Introdução: E7 A E7 A
E7
Num cansaço de antigos caminhos
A
Légua e pico da velha cidade,
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Vejo os restos da Vila Carinho,
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Junto ao rancho da minha saudade.
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Pra este rancho da idade do pago,
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Velha feira de sonhos perdidos,
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Uma gaita e um pinho, a lo largo
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Me cincharam pra lá pelo ouvido
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Bem silhão mal quinchado, no entanto
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Emotivo resmunga cantigas
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Pela mão guitarreira de um pranto
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que rebrota de angústias antigas.
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De afinada a garganta um cantor
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É o sabiá mais terrunho da pampa
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Que, pajando em seus versos de amor,
A
Organiza algum sonho e se acampa.
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Machucadas, as taipas espiam
A
Impassíveis o tempo fiando
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Outras vidas, que já se desfiam
A
Sem querer nesse eterno ficando.
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Há um pedaço de espelho oitavado
A
Simulando pedaços de vida,
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que representa pra algum mal-domado
A
relembranças de há muito dormidas.
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Entreverado com poeira e fumaça,
A
Com cordeona, guitarra e cantor,
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Ele agarra a primeira que passa
A
E lhe faz mil promessas de amor.
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Quer casar e procura na vida
A
Quem saindo se esqueça dali,
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Dando à vida trigueira mais linda
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Pra povoar um chacrão de guri.
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Provocada a saudade rebrota
A
E as "bonecras" de azul - eu me lembro -
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Retornando ao meu tempo, um setembro
A
De guri copador e mutuca,
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Pós-graduado naquela arapuca
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Que ensinou-me a viver sem bravatas
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E a gritar sarandeando alpargatas.
E7 A
- Sou crioulo da Tia Maruca. -