Tom: D
Introdução: D A7 D
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Toda vez que embriagava no buteco do Tiburço ele sempre me falava: com você não tem
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Recurso. A molecada reunia para ver o pinguço. Eu ali cambaleando, logo caia dibruço.
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Quando eu chegava em casa encontrava no portão a mulher muito nervosa com a vassoura
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na mão. Me mandava entrar depressa, eu ia de mão no chão. Ela deitava na cama, eu
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debaixo do colchão. Nos caminhos desta vida, muitas pingas já tomei. Entre copos e
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garrafas muitas noites já passei. Deitado na calçada certo dia acordei. O sol tava bem
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alto me chamaram levantei. Todo sujo de poeira com a garrafa na mão, vi uma mulher
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chorando quis saber qual a razão. Eu choro por tua causa seu grande beberrão. Quem matou
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o meu marido foi a pinga com limão. Hoje passo lá na rua, o buteco tá fechado.
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Sô Tiburço já morreu, há tempos foi enterrado. Depois que deixei da pinga estou recuperado.
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A todos que me ajudaram, deixo o meu muito obrigado. Depois que deixei da pinga muita
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gente me estranha. A família tá feliz, a mulher está risonha. Homem que bebe cachaça deita,
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dorme, mas não sonha. Perde o amor, perde a saúde, o dinheiro e a vergonha.