Eu tinha tanta fome de ir embora, pra ver a vida como a vida era
Pra aquele teu conselho não liguei e agora vejo o quanto me enganei
Manda-me um bilhete de regresso, ou venha me buscar: não ando bem
Pensei que abandonar-te era progresso, mas sem o teu amor não sou ninguém
Peguei a minha herança e fui embora, de todos os manjares eu provei
Não houve nada que eu não fiz lá fora, mas nem por isso eu me realizei
Dinheiro, amores, droga, malandragem, eu tinha tudo isso e muito mais
Gastei a minha herança na viagem, comprei a vida mas não tenho paz.
Eu vi a vida como a vida era, e vi que a vida, às vezes, dói demais
Viver sem teu amor é uma quimera, eu volto a ser teu filho para ter paz.
Aos poucos eu ensaio aquele abraço que um filho arrependido dá no pai
Na hora que eu voltar ao teu regaço, te juro que eu não saio nunca mais