Fui no rio grande outro dia destes
Pra visitar o velho casarão.
Não encontrei a família Teixeira
Só encontrei por la um velho peão
E ele mandou que eu me chegasse
E que tomasse um bom chimarrão
Depois então mostrou-me a propriedade
Fiquei notando que era realidade
Que a historia fala de revolução
Se nota ainda os furos de bala
Que a historia fala que a tempos zunia
Sob as paredes do quarto da sala
Eu vi um quadro de fotografia
Embora estando meio descorado
Da pra se ver toda a família
Cheguei no quarto e rezei um terço
Quando notei que esta perfeito o berço
Onde criança o cantor dormia.
Sem me cansar segui caminhando
Fui conhecer a casa inteira
Ai então eu fiquei reparando
Que as suas historias eram verdadeiras
Vi os fuzis todos pendurados
E o sinal de velhas trincheiras
Sai na frente e chorei um pouco
Quando avistei só o sinal do toco
Aonde era a grande figueira.
Parece até que em sonho eu vejo
O casarão quase destruído
Coisa que a quase dois centenários
Pelo expedicionário foi construído
Onde nasceu o cantor Teixeirinha
No mundo inteiro muito conhecido
Quando gravou meu nome é corisco
Descanse em paz saudoso rei do disco
Que eu cuidarei teu casarão querido.
Vou reformar o teto inteirinho
E as paredes que estão um pouco tortas
Olho pro quadro de fotografias
Pra lembrar as famílias que já foram mortas
Vou plantar outro pé de figueira
Para enfeitar a frente da porta
Vou passa azeite ajeitar o fuzil
E serei eu defendendo o Brasil
Se por acaso houver outra revolta