O alambrado de cordas
No corpo dos violões
Um rebanho de canções
Quando estoura a boiada
Leva cercas e mourões
E as canções libertadas
Se espalham nas amplidões
Só as mãos do violeiro
É que sabem os segredos
De livrar do cativeiro
Com o toque de seus dedos
O violão tem no bojo
Silêncios e amplidões
Onde dormem as canções
Só despertam desse estado
De completa mansidão
Quando ouvem o chamado
Do clarim de um bordão
Só as mãos do guitarrista
É que sabem os segredos
Não há canção que resista
Ao chamado de seus dedos
Existe um universo
No interior dos violões
Para virarem canções
Violeiro quando canta
E liberta a emoção
A voz sai da garganta
Mas vem lá do coração
Refrão