Ama e lança chamas, assovia quando bebe
Canta quando espanta, mau-olhado, azar e febre
Sonha colorido, adivinha em preto-e-branco
Anda bem vestido, de cartola e de tamanco
Dorme com um cachorro, com um gato e um cavaquinho
Dizem lá no morro que fala com passarinho
Desde pequenino, chora rindo, olha prá nada
Diz que o céu é lindo na boca da madrugada
Sabe Medicina, aprendeu com sua avó
Analfabetina, que domina como só
Plantas e outros ramos da flora medicinal
Com 108 anos, nunca entrou num hospital
Joga capoeira, nunca brigou com ninguém
Xepa lá na feira, divide com quem não tem
Faz tudo que sente, nada do que tem é seu
Vive do presente, acende a vela no breu