As armas não devem causar
O desespero de quem sofre por dinheiro
A fome é um pesadelo real
Você com uns réis nas mãos
Passa longe e ignora um irmão
Que está jogado aos maus tratos condenado a solidão
E é fácil, sorrindo, parar de frente a uma vitrine
Torrar nos panos só de grifes
O inverso dos valores pra você
Não há mais o que fazer
As marcas do nosso passado
As marcas da escravidão
Nunca apagaram do seu braço
Pare e pense com a razão
Somos iguais e eu sempre vejo
Pessoas ruins com más ideias sobre o que é o amor
Só querem mais, sempre a seu favor
É pura luxuria
Quem anda de importado nunca vai saber o gosto de estar desempregado
A madame lá da augusta paga o estudo e vive bem
Enquanto na periferia o atraso vem de trem
O orgulho das famílias já está se acabando
Filhos longe da escola já estão se adiantando
Não esperem segurança da blindagem que não tem
Não confie na justiça não confie que não vem
Não confie no sistema não confie em ninguém
A culpa é de quem, a culpa é de quem
É do próprio home