Letra de
Última Tropeada

É com saudade que recordo das tropeadas,chuvas e geadas que dobrei com meus avios,
Naqueles tempos em que a vida me levava, onde eu cruzava serras, matas, campos rios,
Tinha na estampa a rudeza do campeiro,e por primeiro o respeito com a boiada,
Não há notícia que eu perdi algum novilho,neste meu trilho de cruzar léguas e estradas.
Era, era boi, vai levantando a poeira do estradão,
Trago no peito as lembranças do passado,
E esta saudade me machuca o coração.
Que coisa linda a comitiva estendida, seguindo a lida na direção do povoado,
E a gauchada com a cuscada em retoço, neste alvoroço iam gritando com o gado,
Quantas façanhas que ficaram como exemplo, para estes tempos que nos versos eu bendigo,
E dava gosto de ver toda a gauchada, sempre disposta a matar ou morrer pelo amigo.
Era, era boi, vai levantando a poeira do estradão,
Trago no peito as lembranças do passado,
E esta saudade me machuca o coração.
Encilho o mate e a nostalgia me peala, nada se iguala a este passado de andanças,
Espero ainda rever as grandes tropeadas, que desgarradas só as tenho nas lembranças,
Tenho consciência que não fico pra semente, mas pros tropeiros que me orgulho e tiro o chapéu,
Igual ao boi na sua derradeira jornada,faço minha ultima tropeada lá no céu.