Leve é estar com o pensamento vertical.
Leve é observar o movimento natural.
A ave em pleno vôo.
A criança e o olhar puro.
A água transparente.
A semente no casulo.
Leve é participar de toda essa criação.
Ter a vida e ver a vida
surgindo sublime então.
Leve é poder correr livre na relva.
Leve é ouvir o canto silencioso, elevado,
desses grandes prodígios
que extasiam as almas todas
e nos tiram da vesânia.
Leve é palpar esses vestígios.
Leve é tocar tais movimentos.
Criar frases musicais, viver momentos.
Leve é cantar a história,
os feitos nobres, cantar essa glória.
Leve é falar com alguém
e ouvi-lo também.
Leve é contemplar o mar, se perder na amplidão.
Leve é ser tocado pela aragem, pisar na areia.
Leve é estar numa montanha e delirar com a extensão.
Leve é ser bem simples,
sem nenhuma pretensão.
Leve é ter a vida e ver a vida a vida
surgindo sublime, então.