Não me pergunte porquê
Quem, como, onde, qual, quando, o quê?
Seja lá o que for, já é
Não me obrigue a comer
O seu escreveu, não leu
Cada cabeça é um mundo
Gismundo
Antes de ler o livro que o guru lhe deu
Você tem que escrever o seu
Chega a um ponto que eu sinto e
Que eu pressinto
Lá dentro, não do corpo, mas lá dentro-fora
No coração, no sol, no meu peito eu sinto
A estrela, na testa eu farejo
Em todo o universo
Que eu tô vivo, que eu tô vivo
Que eu tô vivo, vivo, vivo como uma rocha
E eu não pergunto
Porque hoje eu sei que a vida não é uma resposta
E se eu aconteço aqui
Se deve ao fato de eu simplesmente ser
Se deve ao fato de eu simplesmente
Mas todo mundo explica
Explica Freud, o papa explica
Que explica tudo tão bem, vai lá que
Que todo mundo, todo mundo explica
O protestante, o auto-falante, o zen-budismo, Brahma, Skol
Papagaio curupaca e implica
E com o carimbo positivo da ciência
Que aprova e classifica
O que é que a ciência tem?
Tem lápis de calcular
Que mais que a ciência tem?
Borracha pra depois apagar
Você já foi ao espelho, nego?
Não? Então vá!