Lá adiante, além da fronteira
Transformam água em vinho
Será o sangue do diabo extraído das parreiras
Será o Salvador a caminho
Nesses tempos finais
Isso ajuda a perceber
Somos todos iguais
Nascemos só… para morrer
Vim pra cá como outros tantos
Em busca de vida melhor
Achar meu pedaço de serenidade
E um pouco de paz ao meu redor
Eu sei, nada vem facilmente
As boas coisas levam algum tempo
Eu fiz minha cama e nela deitarei
Morrer nela é que não pretendo
A água se foi
O dinheiro gastamos
Os empregos são história
Até quando agüentamos?!?
Nessa terra seca
Continuamos nadando no chão
Rezando por alguma água benta
Que lave o pecado de nossas mãos
Nessa terra seca
A promessa minguou
Ninguém mais chora
É duro de ver que o sonho acabou
Você só pensa em prosperar
Em ruas cobertas com ouro
Mas os campos aqui estão secos
E não há qualquer tesouro
Fiz minha mala ante minha mulher e filho
Deixei-os pra trás, em casa
Agora não há nada nesse fim de mundo
Somente fantasmas e essa terra em brasa
A água se foi
O dinheiro gastamos
Os empregos são história
Até quando agüentamos?!?
Nessa terra seca
Continuamos nadando no chão
Rezando por alguma água benta
Que lave o pecado de nossas mãos
Nessa terra seca
A promessa minguou
Ninguém mais chora
É duro de ver que o sonho acabou
Praguejei aos céus para não abrirem
Implorei às nuvens por chuva
Mas a seca se crava em minhas veias
Como o ferrão da saúva
Se pudesse escolher o modo de morrer
Seria por tiro, facada, açoite
Porque morrendo assim aos poucos a dor é imensa
Noite após noite após noite
Nessa terra seca
Continuamos nadando no chão
Rezando por alguma água benta
Que lave o pecado de nossas mãos
Nessa terra seca
A promessa minguou
Ninguém mais chora
É duro de ver que o sonho acabou