Letra de
Temporal

Quem viu a terra gemer Nos dentes brancos do mar E a laje fria da espuma A sete palmos do olhar
Pisou as curvas do mapa E os raios do sol nascente Tocou as cordas da harpa
De aço incandescente
Eu percorri todo o sonho No meio da madrugada E vi plantações de balas Sementes da espingarda
Eu mato, matas e mata Quem fala, não mata não Quem cala, consente a fala E os gritos do capitão
(Intro)
Quem viu os cachorros negros Latindo para o luar E o vôo vão dos morcegos Gritando mudos no ar
Conhece a força guardada Na mola dos temporais Escurecendo as estrelas Nos ombros dos generais
A mais cruel armadilha Encruzilhada dos fins E os alicerces das ilhas Roídos pelos cupins
A fina dor da ferida Doendo até no facão E o mapa da minha vida Na palma da minha mão (Intro)
Quem viu o braço da sombra Das folhas de uma palmeira Pousar em carícia longa
Nos ombros da terra inteira
Ouviu da boca da noite Feroz silêncio mortal E viu o bobo da côrte Dançando no funeral