Me vei assim
Quase como
Quem não quer
Mas deixava no ar
Algo de real
Eu pensei em fugir
Forgei asas nos pés
Deluzir seu sorrizo mortal
Deu- se o momento
Em que as espadas
Num corte me dispersaram
A cada amor, um medo
Nos beijos, veneno
É sempre a mesma traição
E tudo que fiz
Foi fingir
Que nada ao redor
Me preucupava
Pra viver quem sabe
Um pouco mais
Fazendo da desgraça, distração.
De frente ao espelho
O jornal e a TV,
O concreto e suor
Que escorre
De sol à sol
Dissimulei para não ver
Pus espinhos nos olhos
Cruzei o vermelho, farol
E eram vozes ou pedras
Guitarras em solos descompassados
E pés sem tempo, ódio ou amor
Escravos da fé que não tem
E perdi mais duas vidas
Para ter que perceber
Em qual dos estremos, nasci.