Meu sangue não espera
Pra correr sobre essa terra
E a flor brota no segundo da semente arrebentar
Quem se nasce na miséria
De sentido ou de matéria
Não quer reviver no corpo o que a alma faz lembrar
E não se transpõe a sua sina
Mas desenrola sua bobina
Faz queijo sem caseína
Não pode dormir, e vive a sonhar
Ela nunca quis filhos, e sempre os recebeu bem
A terra era mãe carinhosa e a planta era só um neném
Com o sol se acendia
Com o vento fazia amor
Com a chuva concebia
E com o tempo Abria uma flor
Lelelelê lelelê lelelê lelelê
Lelelelê lelelê lelelê lelelê lelelê lelelê
Foi assim até o dia em que o homem forçou o parto
Decidiu que aquela virgem podia deixá-lo farto
E a terra, ainda moça, foi útil violentada
E aquela já inutil
É presença evitada
Meu sangue não espera
Pra correr sobre essa terra
E a flor brota no segundo da semente arrebentar
Quem se nasce na miséria
De sentido ou de matéria
Não quer reviver no corpo o que a alma faz lembrar
E não se transpõe a sua sina
Mas desenrola sua bobina
Faz queijo sem caseína
Não pode dormir, e vive a sonhar
Lelelelê lelelê lelelê lelelê
Lelelelê lelelê lelelê lelelê lelelê lelelê