Sei de uma camponesa
Sem campo sem quintal
Que canta debruçada
Ao Sol da seara
O trigo da cara
De suor tão debulhada
Sei de uma camponesa
Que dança à noite na eira
Perfumada de avenca e feno
Enfeitada de tomilho
Canta com a expressão
De quem vai ter um filho
Mesmo pelo coração
Sei de uma camponesa
Que nunca enche esta cidade
Nunca se senta à minha mesa
Nunca me leva à sua herdade
P’ra ouvir um trocadilho
P’ra tornar realidade
Um sonho que perfilho