O que será?
O que será que saracura cantou?
O que será?
O que será que saracura cantou?
Cantou mais cedo bem antes de abrir
A flor do jacintal
E eu tive medo porque saracura carijó só canta
Quando a flor da planta do brejo se apronta
E aponta o botão pra florir
Da beira do brejo sai preocupado
Corri no roçado, perguntei meu pai
Pai, eu vi saracura cantar
Não vi a jacinta florar
E eu tenho medo meu pai
Me diga o que é que vai
Acontecer nesse sertão
Nesse tempo de grileiro
Mandar mais do que posseiro
O dinheiro dessa gente
Mata a força da semente
Que vai “germiná” o chão
Que vai “germiná” o chão
E desce do nosso “suó”
E se mistura com o pó
Dos frutos tira o “mió”
Dos frutos tira o “mió
Que vai pra mesa do patrão
Que vai pra mesa do patrão
E pai lequeando o chapéu
Suvaqueou a enxada
Com a camisa molhada de suor respondeu
“Assunta” bem meu “minino”
Tu “num” viu o Pedro Geremia
Com a folia do Divino
“Vim” tangindo o mal com prece?
“Vim” tangindo o mal com prece?
Quando saracura canta
E não flora a flor da planta
Tem “fia” da terra santa
Tem “fia” da terra santa
Que vai casar na quermesse
Que vai casar na quermesse
Eu vi Manelzinho alegre
Cantando por estas bandas
Vinha “inté” fazendo versos
Da florada da quaranda
Num verso ele dizia
Que ia ter muita folia
Congada, reis e ciranda
Congada, reis e ciranda
Vinho quente, pau-de-sebo
Foguete, missa e leilão
E ele tinha o coração
Prontinho feito um botão
Pra estourar em flor na mão
Da “fia” de Bito Evencio
Da “fia” de Bito Evencio
E vai ter festa e casamento
Nesse tempo de ciranda
Porque é tempo
De bater congada e dançar ciranda
É tempo de bater congada e dançar ciranda
É tempo de bater congada e dançar ciranda
É tempo de bater congada e dançar ciranda
É tempo de bater congada e dançar ciranda
Porque é tempo
De bater congada e dançar ciranda