Letra de
Ruas da minha vida

Na rua Paula Brito eu cantei
Do modo mais sentido
Na rua Paula Brito eu sonhei
O dueto mais bonito
Já na Ernesto de Souza sofri
A dor do desen- contro
Na Ernesto de Souza chorei, sorvi
Todo o sal do meu pranto
Na Enaldo Cravo Peixoto fiz por saber
Do amor de uma morena
Lá na Enaldo ajudei a escrever
O mais lindo vivo dos poemas
Mas foi na Marangá onde, infeliz,
Eu selei meu destino
Lá lá lá lá lá lá Lá lá lá lá lá lá
Lá lá
Na rua Sete em Friburgo cresci
Iludido com a verdade
No mesmo set mais tarde aprendi
Como dói a saudade
Na avenida Santa Cruz plantei
Para sempre um amigo
Quando lá eu volto sou rei
Tenho abraço e tenho abrigo
Na Vinte e quatro de maio eu ouvi
A voz que vem do coração
Na dureza do Rocha adotei pra mim
Um preto mouro por irmão
Na Dona Mariana eu me deixei
Morrer um pouco
Ali perdi a batalha da morte
Contra uma breve extensão do meu corpo
Entre Gago e Silveira virei homem
Na Pascoal Carlos Magno conheci a gratidão
Traí no Boulevard da Vinte e oito um jovem amigo
E nunca mais mereci o seu perdão
Na Rua São Francisco Xa- vier
Abriu-se o chão, sumiu o mundo
Na mesma São Francisco onde eu te levava
Todo dia ao Pedro Segundo
São as ruas da minha vida
Em suas pedras se gravam meus passos
Minha história ali vivida
Menos derrotas que fracassos
São as pedras da minha vida
Nestas ruas se guardam meus passos
Minha história ali vivida
Entre vitórias e cansaços
Lá lá lá Lá lá