Letra de
Retrato de Pampa e Invernada

Destapo a imagem do pago sempre que estendo uma tropa
Num corredor aramado destes que cortam rincões
A casco marco as razões que povoam o campo aberto
Quando aparto o que é certo das mentirosas visões
Na riqueza do meu mundo de espora poncho e arreio
Sei o que um pingo de freio pode ou não pode fazer
Do amor de um bem querer faço munício pra vida
Num mate depois da lida nas cismas do entardecer
(refrão)
Da invernada do lagoão até o potreiro "das casa"
Pouco mais de meia quadra de várzea trevo e coxilha
Grama buena de forquilha nativa das sesmarias
e um ventito que arrepia o pêlo da minha tordilha (2x)
(solo)
Dos laços que vertem braças e abraçam as aspas e mãos
A firmeza no garrão e a certeza no serviço
E talvez seja por isso que a pampa ande estampada
Num retrato de invernada na rudez do meu ofício
Num fundão de fim de mundo boraddo a cova de touro
O trabalho enruga o couro na volta braba do dia
O berro da gadaria reponta um resto de inverno
No terrunho amor materno da vaca lambendo a cria.