As vezes tenho vontade
As vezes guardo segredo
As vezes passo na cara
Minha língua ferina
Minha boca termina
Onde começa a sua
As vezes falo do nada
O que me vem na cabeça
As vezes não me interesso
O que me prende no chão
Você produz gravidade
Eu não sou sua lua
Eu corro por fora
Eu ando jogando
Areia em meus planos
Mentindo descaradamente
E tem gente acreditando em mim
As vezes da agonia
As vezes morro de medo
A minha porta fechada
A sua cara amarrada
Essa cruel sanidade
Que me leva a loucura
As vezes dura um dia
As vezes dura pra sempre
As vezes quero o improvável
Eu nunca fui razoável
Com os meus próprios desejos