Xote crinudo
Da pampa velha grongueira
Costeando na botoneira
Num surungo de galpão
De um jeito antigo
Aquerenciado na fronteira
Curtindo nas bebedeiras
Oitavadas no balcão
Xote sem sono
Cusquilhoso e retovado
Que por ser abagualado
O nego ajeita com calma
E noite adentro
Floreia e tapa de grito
Porque além de ser bonito
Te juro faz bem pra alma
Trago esse xote
Que é pra entregar de regalo
Pra quem gosta de cavalo
De genetiada e bailão
E pra os que gostam
De um romance proibido
Destes de beijar escondido
Na penumbra do salão
Xote terrunho
Moldado no reboliço
Mas que tem o compromisso
De manter a tradição
De vez em quando
Se arrasta batendo garra
Depois se amansa e esbarra
Erguendo terra do chão
Xote dos "nosso"
Da gente buena e campeira
Criada pelas pradeiras
Que se garante no embalo
Se derem cancha
Arrocina a evolução
Pois hay que tranca o garrão
Depois que se bota o pealo
(Refrão 2x)