Letra de
Quem Vem Lá

Quem vem lá levantando poeira e manchando os ares do meu sertão
Diferente da cor costumeira, poeira cinzenta que sai de um vagão
Vem cortando campinas e vales, produzindo ecos por todo rincão
Transportando um cabocho tristonho, saudoso da sua vida de peão
Da janela da locomotiva sente a liberdade e o cheiro do mato
E na dança suave das águas, que deslizam no manso regato
E na dança suave das águas, que deslizam no manso regato
(Intro)
Quem vem lá levantando poeira e manchando os ares do meu sertão
É o caipira de volta pra terra, deixando a cidade na recordação
Vem trazendo no peito doído marcas tão profundas de desilusão
São confusos tantos sentimentos, esperança em seu coração
(Refrão)
Num cochilo revê sua rosa, o pendão do milho e o feijão florido
No curral a vaquinha leiteira cuida do bezerrinho recém-nascido
Envolvido em sua fantasia, desperta depois de ouvir um latido
Que anuncia o sonhado regresso, retomada do tempo perdido
Do banquinho em sua varanda sente a liberdade e o cheiro do mato
E na dança suave das águas, que deslizam no manso regato
E na dança suave das águas, que deslizam no manso regato