Quando ponteio a viola
Ela disperta um poema
Em dueto canta e chora
Numa melodia serena
Representa os passárinhos
E o luar do sertão
Mesmo quando estou sózinho
Me tira da solidão
Quando eu ponteio a viola
Ela fala da minha vida
O meu peito ela consola
Das amargas despedidas
Que cutuca igual a espora
Mas minha amiga viola
Da forças as minha lidas
A viola que ponteio
Foi nascida lá no mato
De um nobre pé de pinho
Na nascente de um regato
É igual esse caboclo
Que também nasceu por lá
E o ponteio da viola
Não deixa as mágoas ti sufocar