Letra de
Pout-pourri de Pagodes

Eu não caio do cavalo, nem do burro e nem do galho
Ganho dinheiro cantando a viola é meu trabalho
No lugar onde tem seca eu de sede lá não caio
Levanto de madrugada e bebo pingo de orvalho, chora viola !
Caminheiro que lá vai indo, pro rumo da minha terra
Por favor faça parada, na casa branca da serra
Ali mora uma velhinha, chorando o filho seu
Essa velha é minha mãe, e o seu filho sou eu
Ooooooooi, caminheiro, leva esse recado meu
Cachorro latiu, vou aprevenir
Ladrão de muié taí
Quem tiver muié bonita
Prepare as arma que tem
Cachorro latiu de noite
Ladrão de muié laivém
Namora muié casada
É ser muito atrevido
Dá uma olhada nela
E quatro, cinco no marido
Será que ele não tem medo
Da bala do trinta no pé do ouvido?
Muita moça me namora
Pensa que eu tenho dinheiro
Mas dinheiro eu não tenho
Mas sou um rapaz faceiro
Apesar de eu ser casado
Eu pulo o corgo, eu sou sorteiro
Se me vê com mulher feia pode crer que eu to doente
Se me vê de carro velho socorre que é acidente
Se me vê comendo fruto eu já plantei a semente
Se me vê contendo história quem conta a história não mente
Quem me de cara feia é que só tem cerveja quente
Numa rodada de truco o zap só sai comigo
sete copa me dá tento na corrida do inimigo
Num jogo de futebol ninguém pode me marcar
Eu bato o escanteio e corro pra cabecear
E a galera grita gol vendo a rede balançar
Me transformo num menino quando me prega a paixão
Misturo meu sentimento com viola e canção
Quando quero um amor até me arrasto pelo chão
Não sou desobediente quando manda o coração
Na escola do desejo sou doutor sou campeão
Mundo velho está perdido Já não endereita mais
Os filhos de hoje em dia já não obedece os pais
É o começo do fim Já estou vendo sinais
Na idade da mocidade estão virando marginais
É um bando de serpente
Os mocinhos vão na frente, as mocinhas vão atrás
Meu mestre é Deus nas alturas O mundo é meu colégio
Eu sei criticar cantando: Deus me deu o privilégio
Mato a cobra e mostro o pau Eu mato e não apedrejo
Dragão de sete cabeças também mato e não aléjo
Estamos no fim do respeito
Mundo velho não tem jeito, a vaca já foi pro brejo
Morena bonita dos dente aberto vai no pagode o barulho é certo
Não me namore tão descoberto que eu sou casado
mas não sou certo.
Modelos de agora é muito esquisito essas mocinha mostrando os gambitos
As canela lisa que nem parmito as moças de hoje eu não facilito
Eu mais a minha mulher fizemos combinação
Eu vou no pagode ela não vai não
Sábado passado eu fui ela ficou sábado que vem ela fica e eu vou
Ooooi, vida margurada, quanta dor que sinto neste momento em meu coração
Ooooi, que saudade dela, não aguento mais vou lá na vendinha tomá um pingão
Ooooi, vida margurada, quanta dor que sinto neste momento em meu coração
Ooooi, que saudade dela, não aguento mais vou lá na vendinha tomá um pingão
Ela foi embora, partiu pra longe e eu fique sozinho
Ela foi chorando, sentindo pena em me deixar
Qualquer dia deste fico de fogo e saio zuando
Onde ela mora juro por Deus que eu vou morar
Quem tem mulher que namora
Quem tem burro empacador
Quem tem a roça no mato
Me chama que jeito eu dou
Eu tiro a roça do mato
Sua lavoura melhora
E o burro empacador
Eu corto ele na espora
E a mulher namoradeira
Eu passo um couro e mando embora
Tem prisioneiro inocente
No fundo de uma prisão
Tem muita sogra encrenqueira
E tem violeiro embrulhão
Pros prisioneiro inocente
Eu arranjo advogado
E a sogra encrequeira
Eu dou de laço dobrado
E os violeiro embrulhão
Com meus verso tão quebrado
Bahia deu Rui Barbosa
Rio Grande deu Getúlio
Em Minas deu Juscelino
De São Paulo eu me orgulho
Baiano não nasce burro
Gaúcho arrenda as cochilhas
Paulista ninguém contesta
É o brasileiro que brilha
Quero ver cabra de peito
Pra fazer outra Brasília
No estado de Goiás
Meu pagode está mandando
O Bazar do Valdomiro
Em Brasília é soberano
O repique da viola balanceia
O chão goiano
Vou fazer minha retirada
E despedir dos paulistanos
Adeus que eu já vou embora
Que Goiás ta me chamando
No estado de Goiás
Meu pagode está mandando
O Bazar do Valdomiro
Em Brasília é soberano
O repique da viola balanceia
O chão goiano
Vou fazer minha retirada
E despedir dos paulistanos
Adeus que eu já vou embora
Que CAMPOS GERAIS ta me chamando