Há na voz do cantor
E na letra do poeta
Um vibrar que se projeta
Em sementes pelo ar
A canção deixa seu ninho
A buscar pelos caminhos
Corações para pousar
E de seu compositor
Se liberta, se desprende
Ganha vida e se estende
Como quem estende a mão
Chega aos corações sedentos
Refrescante como vento
Numa tarde de verão
Não sacia quem tem sede
Nem tem essa pretensão
Ela só quer ser a ponte
Que conduz até a fonte
Onde há água em profusão
Como o frágil beija-flor
Em voos exploradores
Sabe como encontrar flores
Mesmo em árida região
Com seus versos, suas notas
A canção conhece as rotas
Pra chegar ao coração
Mesmo um duro coração
Que se fecha protegido
Abre a guarda distraído
E permite que o som
Reverbere em seu peito
E desperte de seu leito
Tudo aquilo que há de bom