O pato preto de asa branca Já fez morada no brejão
Isso é sinal que a chuva vem Que vai ter safra no sertão
O pato preto é da floresta O paturi é do sertão
A minha vida é cardigueira Avoante arribação
A minha vida é muito triste A te esperar na solidão
Ah! se eu soubesse que era assim Eu juro, eu não casava não
Eu vou me embora pra São Paulo Vou arranjar uma viração
Depois te pego com as crianças A sanfona e o violão
E os meninos tão bonitos Inocentes do sertão
E a danada desta seca Ai meu Deus que judiação
Leva nós lá pra São Paulo Aqui não fico mais
A minha vida é só tristeza É desespero, é solidão
O Zeca foi lá pra São Paulo Acho que não volta mais não
Era uma nuvem tão bonita Era uma rosa era um balão
O camiranga deu uma volta E sumiu na imensidão
Ó o dandá, ó o dandá Ó o dandá, ó o dandá
o dandá, ó o dandá