Louco varrido é como me chamam,
Quando digo que moro num sitio distante,
No meio do mato, no pé de uma serra,
Longe da cidade, no meio da terra.
Pobres coitados, não sabem o que dizem,
Só querem sentir o cheiro do asfalto,
E sob concretos e ar acinzentado,
Vivem felizes, empoleirados.
Sou parte da terra, sou simplicidade,
Cultivo na vida amor e amizade,
É só o que sobra, na colheita final,
Um aceno de adeus e muita saudade.
Não ouço buzinas, só a passarada,
A vida renasce a cada estação,
E a violência, só a da natureza,
Que mata mas cria um novo brotão.
A aurora ilumina melhor a paisagem,
Não tem propaganda poluindo o ambiente,
E a água é potável, que nasce do chão,
Que se pode beber sem ficar doente.