Letra de
Paralelepípedos

Me botou no bolso a menina
Me gastou e nem quiz o troco
Me bateu no rosto a menina
mordeu minha sorte
E fez pouco
Atirou meu beijo na esquina
esculpiu seu corpo no adeus
Caminhou arisca e sovina
Fez um sanduiche dos sonhos meus
E queimou como ácido em meu peito
E doeu como um corte no meu coração
E feriu como a lança de um vaqueiro mau
E me foi derramando em tudo que era chão
debaixo das bancas de revista
Nas latas de lixo das calçadas
Me arrastei nos paralelepipidos
E senti meu bagaço deslizar
E secou-se o riacho no deserto
E furou-se o cantil com tanta sede
E quebrou-se a tela em meus estuques
E quebrou-se os tijolos das paredes
Eia,e ainda deixou comigo,meu Deus
Essa saudade má