Letra de
Osso Duro

Osso duro de roer
Pisada forte marca o chão
O lamento que é a voz do coração …
Poço fundo de ver
Não há Narciso no sertão
A seca castiga e abre a ferida com rasgos profundos de solidão …
Num barraco sem telha, estrelas pra ver
Sombra nem de palmeira pra esconder
Farofa de macaxeira pra comer
Água nem de torneira pra beber …
A vida não cresce por causa da chuva que só cai pra lá
O tempo escurece, a nuvem carrega mas nem pra pingar
A criança chora; o pão e agora? sou eu e o sertão
A vida evapora, a infância vai embora e o sol mata tudo que nasce do chão …
Onde o asfalto não chega pra crescer
Água nem de torneira pra benzer
Onde a chuva não chega pra encher,
a lata da lavadeira pra cozer …
( Trecho em homenagem à Patativa do Assaré )
O mundo gira ao contrário
Nem sempre há o que dizer
Quem escreve a novela da vida é o personagem que envelhece sem perceber
O mundo gira ao contrário
Nem sempre há o que dizer
Caminha à beira do abismo sem ter cuidado com o mau olhado que restou atrás
Num barraco sem telha, estrelas pra ver
Sombra nem de palmeira pra esconder
Farofa de macaxeira pra comer
Água nem de torneira pra beber …
Onde o asfalto não chega pra crescer
Água nem de torneira pra benzer
Onde a chuva não chega pra encher,
a lata da lavadeira pra cozer …