(Silêncio)
Sobe no alto do andaime e pinta em fumaça o sol com um pincel
Deixa escorrendo no esgoto as palavras de um homem de terno e de véu
Ame felinos, caninos, monte nos equinos e os demais pros céus
Sobre uma terra de feras nós somos lei e animais são os réus
Planta seu oxigênio que a bomba da fome já vai estourar
Deixa a criança brincando que outra precisa sair, trabalhar
Finge que o terceiro mundo mirando o primeiro um dia vai chegar
Saiba da ira dos deuses derretendo nossa calota polar
Vai
Clama pelos seus
Entra e sai
Faz mais um dos seus e ele vai
Afagar os seus
Perpetuar a paz dos seus
Nada na mancha de óleo que mancha de sangue te financiou
Joga o passado no lixo porque o futuro urgiu e chegou
Marcha com parafernálias, comprando primeiro o que já inovou
Paga milhões na pelada que eu quero ver seio e quero ver gol
Usa a marca da grife que só qualidade não te satisfaz
Deixa a cabeça fritando não pense em amigos, em filhos e pais
E se já não tem mais jeito empunha uma arma e segue voraz
Solta o dedo no gatilho que o urubu abraça a pomba da paz
Vai
Clama pelos seus
Entra e sai
Faz mais um dos seus e ele vai
Afagar os seus
Perpetuar a paz dos seus (2x)