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Hoje escreverei o livro de toda minha vida,
e trocarei os manuscritos por beijos e carinhos pagos.
E eu assisto tudo, como um filme de quinta categoria,
sem saber porque faço ou falo coisas.
Um brinde então, a esse odor de quarto úmido,
a televisão que não sintoniza.
Eu sou herói de ninguém e quero um quarto sem espelhos.
Um corpo sem nome pra abraçar com os joelhos.
Decorei poesias, li Kierkegaard, Nietzsche até o raiar do dia.
E só conheci mesmo na vida os demônios sujos que não conhecia.
Holden estou aqui, de esperanças enterradas.
Atravesso, atravesso a estrada e nunca acontece nada nada.