Ontem, ao luar, nós dois numa conversação,
tu me perguntaste o que era a dor de uma paixão.
Nada respondi, calmo assim fiquei,
Mas, fitando o azul do azul do céu,
a lua azul eu te mostrei
Mostrando-a a ti, dos olhos meus correr senti
u-ma nívea lágrima e, assim, te respondi.
Fiquei a sorrir por ter o prazer
de ver a lágri-ma nos olhos a sofrer.
A dor da paixão não tem explica- ção,
É mister sofrer pa-ra se sa-ber
o que no peito o cora-ção não quer di-zer. 50 64 63
Pergunta ao lu-ar, travesso e tão ta-ful,
de noite a chorar na on-da to-da azul.
Pergunta, ao lu-ar, do mar à can-ção,
qual o mistério que há na dor de uma paixão.
Quando Jesus, meigamen-te so-litá-rio,
lá no ci-mo do calvário,
seus olhos, indulgente, ergui-a aos céus,
quanta dor, quanta poesi-a, a penar,
nos seus olhos luz luzia, a me-ditar
Não era a dor de não ter es-se poder
de remir a hu-ma-ni-da-de
da e-terna a-tro-ci-da-de do sofrer
E- ra, sim, a crúcea pe-na
de sentir por Ma-da-le-na
o co-ra-ção desfa-le-cer.
Cifrada por Roberto Crescioni