Olhe pro céu, lá não há mais aviões
E nas avenidas parcos corações
Nos últimos tempos há tempo demais
Pros olhos nos olhos os papos banais
Pros gestos de amor na praça e
Barcos de papel
O tempo faz mágica, babe
Só olhe pro céu
Olhe o canalha enrolando a todos nós
Sujo e surdo, finge ouvir sua voz
O velho carteiro não pôde parar
Chamando a vizinha, eu fui lhe avisar
Que foi levada de madrugada
E deve o aluguel
Ao seguir em frente
Olhe pro céu
Olhe o profeta ofegante e pálido
Os heróis mascarados em seu pânico
Sem discurso salvador
Sem um manto protetor
Perdidos num barco sem leme
Cristão ou ateu
Não mude de fé, irmão
Só olhe pro céu
Ao seguir em frente, olhe pro céu
Rezando por mágica, olhe pro céu
Olhe pro céu e pra lua
Peça o nascer dos dois sóis
Quando a sós
Pelos os que estão entre nós